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“Se a mãe não conseguir furar a bolha, ninguém mais vai conseguir”

Há quase 10 anos, Maju Giorgi comanda o Mães pela Diversidade e trabalha para que combater a LGBTfobia e eliminar o preconceito usando informação e amor

por Alexandre Makhlouf Atualizado em 22 jun 2020, 18h49 - Publicado em 17 jun 2020 09h51
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(Clube Lambada/Ilustração)

eço desculpas por não começar esse texto de forma objetiva, jornalística, com lide que dá todas as informações necessárias logo de cara, mas precisava abrir essa entrevista dizendo: Maju Giorgi é uma força da natureza. E, depois de mais de uma hora de papo com ela, regado a risadas, histórias, opiniões fortes e inspiradoras, digo mais, toda mãe é uma força da natureza. Não que eu já não soubesse disso, mas na minha posição de pessoa LGBT privilegiada, que nunca enfrentou represálias da família por ser quem eu sou, é de encher os olhos ver a luta que Maju trilha, há oito anos, para combater o preconceito e a LGBTfobia com informação, acolhimento e muito amor.

Maju é a responsável pela criação do Mães pela Diversidade, movimento que nasceu em 2012 motivado por uma frase do então deputado federal Jair Bolsonaro, que afirmou que “nenhum pai tem orgulho de um filho gay”. Ela, apaixonado pelo filho, André, gay assumido e militante da causa LGBT, se enfureceu e sabia que precisava fazer alguma coisa. E percebeu que, independentemente da letra da sigla a qual gays, lésbicas, bissexuais e transexuais pertencerem, todos têm algo em comum: mãe. E, na maioria das vezes, são elas que mais sofrem com a violência a qual os filhos são submetidos. “Existe esse imaginário coletivo de que a mãe é a culpada. Culpada de quê? É por causa dessa culpa e dessa visão que, muitas vezes, quando o filho LGBT se assume, é recorrente que essa mãe sofra violência física, seja expulsa de casa junto com o filho e veja seu casamento acabar. A LGBTfobia implode famílias“, crava.

O sorriso largo e as tiradas espirituosas de Maju, que cativam qualquer um, ganham espaço só nos momentos em que ela se sentem mais à vontade. No dia a dia, quando está falando em grandes multinacionais ou até em eventos da ONU, ela adota uma postura mais, digamos, conservadora. Em um papo franco com Elástica, Maju explica o motivo dessa escolha e ainda fala tudo que pensa sobre religião, governo, militância e inclusão – esta última a palavra-chave para entender o Mães pela Diversidade. 

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(Paulo Rezende/Bordado)

Por que você acha que tem que passar uma imagem mais conservadora para transmitir um discurso que é tão de liberdade?
A gente tem que ser estratégico, principalmente nesse momento, para mostrar que o LGBT está em todas as camadas sociais, está de alguma forma inserido na sociedade e precisa ser quem ele é. Se você passar a imagem de uma pessoa muito liberal, você só atinge quem já é liberal, e aí é pregar para convertido. Por isso, não faço evento de militância. Tem muitas mães no Mães que são contra o aborto, que fazem parte do Partido Novo. Temos mães muito conservadoras entre nós. Se a mãe não conseguir furar a bolha, ninguém mais vai conseguir. Temos que tomar todo o cuidado para nós não sermos transgressoras, senão a bolha não fura.

Dentro do Mães tem muitos pais também?
Começando pelo Marcelo Tas, que ganhou até um prêmio nosso. Ele é Pai pela Diversidade. Inclusive, temos pais que também são gays e fazem parte do movimento. O nosso coordenador de São Paulo veio da Congregação Cristã e, hoje, a função dele é falar nas igrejas. Mas, no geral, são mais mulheres mesmo.

“Se você passar a imagem de uma pessoa muito liberal, você só atinge quem já é liberal, e aí é pregar para convertido. Por isso, não faço evento de militância”

Maju Giorgi
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Essas pessoas conservadoras dentro do movimento são conservadoras em que sentido?
De tudo. Nós só não temos bolsominion – a última que apareceu, eu coloquei pra correr, em público (risos). Não tem como compactuar com isso, ainda mais porque o Mães nasceu de uma frase do Bolsonaro, de 2007. Não tem como se desvincular. O Mães surgiu porque ele falou que nenhum pai ou mãe poderia ter orgulho de um filho LGBT  – e eu morria de orgulho, nessa época eu era apaixonada pelo André (rs). Isso é um fenômeno que eu assisto todos os dias. Quando o filho se assume, a coisa da proteção vira uma paixão. É muito mais que orgulho, eu mesma era alucinada pelo meu filho, eu quase matei ele sufocado. Tudo que ele fazia era maravilhoso, ele era mil vezes melhor que os héteros. E eu vejo isso acontecer com outras mães. Hoje, superei essa fase.

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(Paulo Rezende/Bordado)

Isso pode ser ruim, Maju?
Acho que sim. O André se incomodava muito, até porque eu passava o rodo nos amigos dele (risos). Eles me ligavam, passavam noites conversando comigo, então eu estava invadindo um território dele. E acho que isso não é legal. 

Como foi o processo de saída do armário do André?
Minha expectativa sempre foi ter um filho progressista, feminista, todo tatuado, diferente do que a maioria das mães espera, então acho que não sou a melhor pessoa para responder isso. Eu sempre vibrei de ele ser da forma como ele é, mas muitas mães não são assim. Se pegar minha mãe de exemplo, avó do André, ela é uma pessoa que acolhe ele demais, os namorados frequentam a casa dela, mas quando ele apareceu lá, com uns 16 anos, usando uma camiseta que era basicamente uma gola com mangas para ir para uma boate, minha mãe ficou arrasada (risos). Existe um preconceito com o estereótipo, que é uma homofobia 100% derivada do machismo, de que o homem pode ser gay, mas não feminino. A luta feminista, nesse ponto, é também pelo homem. De poder dançar, se apaixonar, chorar. A gente tem que cair matando em cima dos machistas.

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(Paulo Rezende/Bordado)

É esse machismo também que leva tantas mães e pais a rejeitarem filhos LGBT?
Logo no começo, eu percebi que, às vezes, as mães chegam com muitas questões relacionadas à religião. Elas imaginam os filhos no inferno, e isso é muito forte. Meu jeito de combater isso foi encontrar religiosos progressistas. Mas, veja, lembra que eu falei? A transgressão não é permitida e nem a desvirtuação dos dogmas. Não poderia ser um religioso de uma igreja evangélica inclusiva. Isso é importante para quem precisa do sagrado para cuidar de si, mas, frente à sociedade, isso e nada é a mesma coisa. Eu tinha que achar religiosos tradicionais – encontrei nos Jesuítas, que é a congregação do Papa Francisco e, em São Paulo, fazem parte do Colégio São Luis. O Padre Luiz também, chefe da teologia e história da PUC do Rio. E também encontrei um pastor na igreja Batista. Só que esse, especificamente, é muito engraçado: tem algumas mães que conversam com ele e ficam boas na mesma hora, mas algumas voltam para mim e dizem “você não acha que ele é muito progressista?”. Entende como deslegitima? Ainda precisamos cumprir com aquele modelo de mãe que elas esperam.

Da sua experiência, por que é tão difícil que as famílias aceitem filhos gays e filhas lésbicas?
Por vivermos em uma sociedade machista e misógina, tudo que é ligado ao feminino enfrenta muito mais dificuldade. A sociedade não admite ou que você seja um homem com características femininas ou que diga que é uma mulher. Isso faz com que lésbicas se sintam diminuídas na luta LGBT, com razão, mas não podemos nunca esquecer que são elas que, muitas vezes, sofrem estupros corretivos – da família, inclusive. E os gays nunca vão saber o que é isso.

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“Por vivermos em uma sociedade machista e misógina, tudo que é ligado ao feminino enfrenta muito mais dificuldade. A sociedade não admite ou que você seja um homem com características femininas ou que diga que é uma mulher”

Maju Giorgi
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(Paulo Rezende/Bordado)

E a questão da bissexualidade?
As pessoas acham que ninguém tem preconceito com bi, mas existe uma máxima entre os pastores, e eles pregam isso na igreja, de que os bissexuais são vetores de doenças. Que, por estarem dos dois lados, são eles que fazem o HIV, por exemplo, circular. Esse discurso é muito cruel. Nós temos mães de bissexuais, pais bissexuais, eu vejo começar a surgir essa luta muito por conta desse discurso horrível. Existe, inclusive, um movimento para aumentar essa visibilidade, chamado Primavera Bissexual. 

Você acha que a bissexualidade ainda está ligada à indecisão?
Eu sou da teoria de que cada um tem a sua sexualidade e acho que a gente tinha que parar de definir, arranjar novos termos. Ser gay vai da Priscila, a Rainha do Deserto, ao Brokeback Mountain. Definir sexualidade é trágico, é uó, porque tem muita gente que é 90% hétero e tem um pouquinho de bissexualidade. E daí? Essa pessoa tem que se sentir obrigada a se encaixar num termo?

Vocês têm mães e pais LGBT também no Mães?
Nossa diretora jurídica se assumiu depois de dois casamentos com homens, tem filhos. E tem mais um casal de lésbicas que adotou uma criança trans e um pai bissexual – isso só em SP. Ao redor do Brasil, temos mais casos.

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(Paulo Rezende/Bordado)

Qual o tamanho do Mães atualmente?
Somos por volta de duas mil mães, concentradas principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Quanto mais longe desse eixo, mais diminui o número de mães participantes. Estamos em quase todos os estados – falta Rondônia, Tocantins e Acre. Em São Paulo, temos núcleos em todos os grandes centros: Baixada Santista, Araraquara, São José dos Campos… Meu sonho é que em cada cidade tenha uma mãe pela diversidade. Tem que ter quem grite dentro de Assembleia Legislativa, quem levante a OAB, levanta a Defensoria Pública. No meio de fevereiro, recebemos um caso de pais do Maranhão que enviaram uma menina trans para São Paulo, para morar em cárcere privado com a irmã aqui. E eu sou esperta, né? Sou amiga das pessoas-chave desse universo. Temos mães que são promotoras e estão dentro do Ministério Público lutando pelos direitos LGBT, praticamente uma uma equipe minha lá dentro (risos). Graças a elas, conseguimos tirar essa menina do cárcere privado. 

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“Não gosto desse papo de ‘eu aceito’, porque aceitar não diz respeito a você. Tem é que incluir mesmo”

Maju Giorgi

Ser mãe é uma força, né?
As mães são engenhosas e todas fazem falta. Eu tenho uma única mãe médica aqui em São Paulo, mas ela sacode a medicina. Ela me colocou para falar no Congresso Brasileiro de Pediatria no ano passado, fui parar no site da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. A gente tem que entrar nas instituições. O princípio do Mães é incluir, ter mães de todos os tipos, e nós temos conseguido isso. De médicas a presidiárias.

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(Paulo Rezende/Bordado)

Qual é a diferença de integrar e incluir? E qual o efeito positivo da inclusão para uma pessoa LGBT?
É aquela história do convidar para festa e tirar para dançar. Quando o André se assumiu, eu fui na casa da minha mãe e fiz esse texto: “queridos, incluir é com tudo que vem junto. Se meu filho não puder estar na mesa de Natal com vocês, com o namorado, marido ou com o que for que fizer parte da vida dele, para mim, não serve.” Minha família foi o meu primeiro lugar de militância. É o primeiro e é o mais importante. Se tivesse uma piadinha homofóbica, eu dava uma voadora. Não gosto desse papo de “eu aceito”, porque aceitar não diz respeito a você. Você tem é que incluir mesmo. Conto sempre isso nas minhas palestras: meu pai era uma bomba homofóbica. Italiano, hiper católico, engenheiro. Mas, ele não teve problema nenhum quando o André se assumiu porque ele viu o André pequeno, e o André já era gay. Lembro-me de ele falar que, toda vez que levava o André no McDonalds, ele queria a surpresinha “de menina”. No fim da vida dele, meu pai viajava com a minha mãe, o André e o marido dele. Quando ele ficou na UTI, quem ficava com meu pai era o André e o marido, e isso foi a coisa mais linda. Ele não precisou de ajuda para desconstruir tudo que ele tinha de preconceito.

Que tipo de serviço o Mães oferece para as pessoas que procuram vocês?
Quando começamos, éramos um movimento político. Mas, aos poucos, percebemos que tínhamos que acolher as mães. O LGBT não é o único alvo da LGBTfobia. Toda a família é, inclusive aquele irmão hetero, aquele que quer pôr o LGBT pra fora de casa. Sabe o que acontece com ele? Ele é o irmão do viado. O pai pode trabalhar na oficina mecânica ou num mega-escritório na Faria Lima: vai ouvir piada homofóbica o dia inteiro. E, para a mãe, é o pior de todos, porque existe esse imaginário coletivo de que ela é a culpada. Culpada de quê? Eu tenho certeza que o meu marido até hoje se pergunta o que faltou ele fazer: qual carrinho faltou ele dar, se devia ter comprado uma bola, levado naquele jogo de futebol… A primeira coisa que a gente tem que desconstruir é essa culpa, porque ela não existe – nem da pessoa LGBT, nem do pai, nem da mãe, nem de ninguém. É por causa dessa visão que, muitas vezes, quando o filho LGBT se assume, é recorrente que a mãe sofra violência física, seja expulsa de casa junto com o filho, veja seu casamento acabar… A LGBTfobia implode famílias. E isso perpassa classes sociais, é mãe pobre e mãe rica que sofre esse tipo de violência. Temos um projeto de acolhimento que envolve todas as nossas psicólogas voluntárias: quando uma mãe entra para o Mães, ela é recebida por esse time, fazemos uma triagem, entendemos o caso e encaminhamos para acompanhamento psicológico ou designamos uma mãe madrinha, da mesma letra da sigla LGBT, para que ela tenha com quem conversar. 

“Existe esse imaginário coletivo de que a mãe é a culpada. É por causa dessa visão que, muitas vezes, quando o filho LGBT se assume, é recorrente que a mãe sofra violência física, seja expulsa de casa junto com o filho, veja seu casamento acabar”

Maju Giorgi
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(Paulo Rezende/Bordado)

Como é que o Mães se mantém?
É muito difícil. Os estados são independentes – e eu sou claríssima sobre isso, eu não tenho dinheiro. Eu comecei indo para a Avenida Paulista com uma faixa debaixo do braço e não tinha nem outra mãe para segurar do outro lado (risos). Chamava uma outra mulher, que tinha cara de mãe e parecia ser fofa, e pedia para me ajudar a segurar a faixa para tirar uma foto. As pessoas não imaginam os gastos invisíveis que a gente tem – por exemplo: cada caso novo, é um café que a gente vai tomar. Eu trabalhei dez anos sem ganhar um centavo, faz só dois anos que o Mães paga meu Uber. Já investi muito nisso, mas eu aprendi que falar em empresas ajuda muito. E é só empresa grande: falamos em madeireiras, indústrias, farmacêuticas. A BASF, por exemplo, pediu para a Câmara de Comércio Brasil-Alemanha ajudar a gente. Há quatro anos, fui falar no JP Morgan e falo lá todo ano, até hoje. E eles nos indicaram para o Bank of America. Quase todo dia nós vamos para a Faria Lima levar a palavra do Mães.

Esse começo foi um processo solitário?
Sabe que não? Nessa época, eu era administradora da página Cartazes & Tirinhas LGBT, que por algum tempo, chegou a ser a maior página do Facebook, então aquilo já enchia a minha vida. E, fora isso, eu tinha o iG. O Mães teve três grandes aliados: esses dois que eu citei e a OAB-SP. Foi dali que vieram as primeiras mães – e, a partir disso, funciona como uma progressão geométrica. Eu sou membro da OAB, você acredita? (risos). Sou jornalista, mas sou membro da comissão de diversidade da OAB Santo Amaro. No início, eles tinham braços suficientes para me ajudar, porque a OAB está em todas as cidades, e graças a eles eu consegui ramificar o Mães pelo Brasil inteiro. Nunca me senti solitária, mas sentia que a minha voz era fraca, por isso que eu falo: meu trabalho é ego zero. O que eu sempre quis é que tivesse mais gente amplificando meu discurso. Eu nunca quis aproveitar esse palco sozinha, sabia que tinha que ser um movimento. O que faz a força é ter gente e estar dentro das instituições.

“O que eu sempre quis é que tivesse mais gente amplificando meu discurso. Eu nunca quis aproveitar esse palco sozinha, sabia que tinha que ser um movimento. O que faz a força é ter gente e estar dentro das instituições”

Maju Giorgi

Você citou vários casos tristes e que acontecem com muita frequência. Como você se mantém sã?
Ah, eu não sou sã (risos). Eu tenho 30 mil seguidores na minha página, o que não é nada se você pensar no universo dos influenciadores, mas isso é uma imensidão no meu universo. Mesmo sendo pouca gente, tenho uma porta-voz para mim mesma (risos). Eu precisei me proteger, não dá para lutar se eu não estiver bem, né? A Arlete, uma das minhas melhores amigas e também membro do Mães, deixa meu celular desligado três horas por dia. Quando liga, tem 900 mensagens. E é só bucha, só problema.

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(Paulo Rezende/Bordado)

Qual a importância de estar nas paradas LGBT do Brasil?
Há seis anos, a gente abre a parada de São Paulo, que é a maior do mundo. A importância é simbólica, mostrar que, se alguém quiser mexer com os LGBTs, vai ter que enfrentar as mães deles primeiro. Se você olha para baixo quando está no trio, você só vê gente chorando, porque é realmente emocionante. Quando descemos do trio, todo mundo quer beijar e abraçar, agradecer, mas a gente não pode ser mãe de todo mundo, sabe? A gente não pode vender isso. Entendemos, depois de um tempo, que a gente precisava frear a nossa comunicação para não ter casos – como já tivemos – de um menino LGBT que pegou um ônibus lá de Manaus para vir para cá na esperança de que eu arrumasse um lugar para ele na Casa 1. É por isso que a gente foca nosso discurso nas mães, empoderá-las para a luta LGBT.

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Como você vê essa onda conservadora que estamos vivendo há alguns anos?
Eu vivi minha adolescência nos anos 1980, em que todo mundo era muito mais livre. É claro que os gays não saiam do armário como hoje, mas acho que todo mundo se sentia mais livre, menos censurado. Esse moralismo veio com a igreja neopentecostal, e isso é algo que eu falo há mais de 10 anos. Isso é um fenômeno sociológico, culpa do Estado, que não entra na comunidade carente e faz com que ela fique refém do tráfico. Era óbvio que isso ia dar merda em algum momento. 

“Esse moralismo veio com a igreja neopentecostal, é um fenômeno sociológico, culpa do Estado, que não entra na comunidade carente e faz com que ela fique refém do tráfico”

Maju Giorgi

Você tem alguma religião?
Acho que existe algo maior que fez tudo isso que a gente vê. Acredito que exista um deus, mas em religião? Porra nenhuma. Cobra falante, maçã proibida, esse tipo de coisa não cola pra mim. Respeito todas as fés, mas esse sagrado que as pessoas buscam na religião, eu encontro na natureza.

Maju com o filho, André –
Maju com o filho, André – (André Giorgi/Arquivo)

Qual sonho você ainda não realizou com o Mães?
Eu não gostaria de ter uma casa de acolhimento nos moldes da que conhecemos hoje – já tem a Casa 1, o Iran [Giusti] faz isso muito bem. Mas eu gostaria de ter uma sede, uma biblioteca, um espaço para palestras e para receber as mães que chegam, principalmente para fazer o nosso trabalho de acolhimento e acompanhamento psicológico. 

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